21/11/2022 às 18:12

Há 178 anos atrás se deu Massacre De Porongos: um dia histórico para o Rio Grande do Sul, principalmente ao povo Negro

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No dia 14 de novembro de 1844, há 178 anos atrás se deu Massacre De Porongos, durante a Revolução Farroupilha. Um dia histórico para o Rio Grande do Sul, principalmente ao povo Negro.

A história negra no Rio Grande do Sul foi silenciada por muito tempo e esse evento pode nos ajudar a contar sobre a história do povo negro neste estado.

São 178 anos da fatídica noite no Serro de Porongos que vitimou o pelotão de Lanceiros Negros, são quase dois séculos de um silenciamento histórico que invisibiliza a presença pujante dos negros que lutaram e defenderam os ideais Farrapos durante a Revolução Farroupilha. No entanto seu legado permanece e ganha contornos épicos dentro da luta do Movimento Negro por reconhecimento e combate ao racismo.

Em 1836 é formado o 1º corpo de lanceiros negros. Passado quase um ano do início do levante de estancieiros, foram contundentes as baixas do lado insurgente. Para a população negra escraviza a proposta dos líderes Farroupilhas de liberdade concedida ao final da Revolução dava uma esperança de sobrevivência. Institucionalizados como um pelotão regular lutavam com emprenho e denodo estratégico invejável. Apesar de não possuírem treinamento e armamento adequado, os negros lutavam com ferocidade, utilizando de estratégias de cavalaria ligeira, com ataques rápidos, de surpresa e aos gritos (para assustar o inimigo).

Tendo como fundo a controvérsia polêmica de um massacre armado na madrugada de 14 de novembro de 1844, quando o então pelotão de Lanceiros Negros foi surpreendido pelas tropas imperiais e executado o que fica é um legado que supera a invisibilidade da historiografia tradicional. Negros e Negras descendentes desses heróis farroupilhas mantem-se fiéis a ancestralidade africana e uma identidade forjada a ferro e fogo no seio da luta sangrenta. São inúmeros os aspectos de nossa cultura regional que bebem desse ímpeto dos Lanceiros Negros. Valores, modos de ser e fazer calcados na lealdade e na força demarcam um campo simbólico muito particular para negros e negras hoje na história do Rio Grande do Sul.

O legado dos Lanceiros Negros é mantido através da oralidade característica de África como símbolo de garra e lealdade que hoje é representada nos Clubes Sociais Negros e nas Comunidades Quilombolas que mantém acessa a força vital de nossa história afro-gaúcha-brasileira. 

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